Em uma entrevista entre Danilo Gentili e Roberto Justus, o entrevistado Danilo respondeu uma queixa de Roberto Justus, dizendo que a partir do momento em que você faz piada sobre “português”, você já não tem mais o direito se sentir ofendido quanto a piadas relacionadas a japoneses, judeus, gays, qualquer outra etnia, grupo de pessoas e etc.Este mesmo humorista, assim como diversos outros, geralmente do humor conhecido como "Stand Up", sente-se no direito de fazer “piada” sobre qualquer coisa e qualquer um, a qualquer hora, a qualquer momento e em qualquer lugar. Não importa se é uma ofensa direta ou não. Não importa se "este alvo" esteja passando por situações difíceis na vida ou não. O que importa é ter "um alvo", o que importa é fazer "a piada", como o próprio Danilo Gentili já deixou claro em várias entrevistas.
Ele perdeu o pai e a irmã com datas bem próximas uma da outra, e ainda sim, faz piadas sobre o fato, o que em minha opinião, mostra duas coisas: Superou bem este ocorrido ou está desesperado. Acredito que seja a primeira opção... O que acontece é que isto por si só não lhe dá direito de fazer o mesmo com outras pessoas na mesma situação ou pior do que esta. Afinal de contas, ninguém é obrigado a ver as coisas como querem que esta veja de sua própria vida, só pelo simples fato de VOCÊ exigir...
Estes humoristas na verdade só defendem com unhas e dentes TODAS essas piadas, pelo simples fato de gerar muita grana para eles. Afinal de contas... ...para quem morava no ABC paulista e hoje ter a fortuna que tem... ...é no mínimo bastante rentável...
Outra coisa que está acontecendo depois dessa "moda STAND UP", é o fato da inversão dos “alvos”. Antigamente, os “alvos” das piadas eram pessoas de setores privilegiados ou puramente opressoras, ou análoga à estas, como as feitas pelo humorista Charlien Chaplin. Hoje, encontramos nessa nova moda brasileira, o oprimido como “alvo”.
Ou seja, antigamente a mão era passada nas nádegas de um oficial ou policial, e o fato desta ousadia era a graça. Hoje, passe-se a mão nas nádegas, literalmente, de um mendigo e incrivelmente isto é consumido como engraçado, inovador e ousado...
Acho que o medo de enfrentar pessoas como os políticos poderosos, policiais, governos e etc., passou a dar vida a este humor onde "o alvo" é uma pessoa simples, sem recursos e até mesmo em muitos casos sem conhecimento suficiente para revidar à altura, na forma da lei e muito menos de forma autoritária, o que aconteceria caso uma piada fosse feita ao “policial barra pesada X” ou "político ricaço corrupto Y"... Convenhamos, atacar este grupo sem “recursos” é infinitamente mais fácil... ...pena que é visto como engraçado, e ridiculamente, como inovador...
O mesmo humorista, Danilo, diz que TODA piada tem um alvo. Mas ele está completamente enganado, pois apontar uma simples piada sem alvo algum ou puramente inocente invalida todo este "argumento". Como por exemplo, as diversas piadas utilizadas no programa humorístico CHAVES...
Como se não bastasse, estes mesmos humoristas se sentem ofendidos, oprimidos e perseguidos pelas mesmas pessoas que eles ofendem de forma puramente direta, como no caso de dizer que “vai comer o bebê de fulana”, que “fulana é uma vaca e fazer analogias à atores pornográficos”, como exemplos recentes.
Quer dizer, ofendem, chamam isso de “piada” e ainda se sentem perseguidos, os coitadinhos... Não é melhor dá uma chupetinha para eles...? Muitos alegam que deveriam ter este direito, mas vamos a exemplos práticos, se por um acaso uma ideia estúpida como esta passasse a vigorar:
Se você estiver em uma fila de um supermercado e vê uma pessoa careca, isto vai te dar o direito de fazer piada contra esta pessoa. Se esta se sentir ofendida, o problema é dela, e a pessoa que fez a "piada" não tem nada a ver com isso, já que “era só uma piada”. Ou seja, posso usar “é só uma piada” para qualquer ato racista, imoral, ofensivo, antiético quando eu bem entender e pronto, está resolvido...
Infelizmente encontramos como resposta destes mesmos humoristas que isto seria um caso bem específico e na frente de um monte de gente, constrangendo o cidadão. Mas isso é ainda mais estúpido, pois fazê-lo em um meio de comunicação (TV Aberta, por exemplo) ou em uma casinha comercial mantida por você (Comedians, por exemplo), só resultaria em um constrangimento ainda maior e para bem mais pessoas do que aquelas dez que estavam como platéia na fila do supermercado...
Em suma, cito esta imagem para finalizar o texto:
...e caso você ultrapasse o mesmo, seja homem ou mulher o suficiente para arcar com suas consequências. Pague pelo mal que fizeres. E por favor, não se faça de "vítima-coitadinha do sistema"... ...um pingo de dignidade.
...e caso você ultrapasse o mesmo, seja homem ou mulher o suficiente para arcar com suas consequências. Pague pelo mal que fizeres. E por favor, não se faça de "vítima-coitadinha do sistema"... ...um pingo de dignidade.




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